segunda-feira, 28 de junho de 2010

Encontro da UJS-DF para debater as eleições 2010

Dia: 3/07/2010 Hora: 14h Local: Ed. Venâncio Junior 2º andar. 
Passeata: Menos Juros e mais Educação!
Dando sequência a nossa agenda de lutas, a UJS-DF entendendo a oportunidade que temos diante das eleições de 2010 de derrotarmos definitivamente as forças conservadoras encabeçadas pelo DEM e PSDB e continuar avançando com o projeto Nacional impulsionado pelo governo Lula que terá sequência com Dilma, estamos armados para essa batalha.

No DF, vivemos um atraso na política, uma câmara legislativa desmoralizada por ondas de corrupção e um Governo que vai na contramão no Desenvolvimento Nacional. Nesse cenário a UJS-DF foi a principal força que combateu as políticas conservadoras do governo Arruda e com as denúncias de corrupção foi protagonista do “Fora Arruda”.

Nesse cenário a UJS-DF, entendendo o papel da juventude nas grandes lutas e conquistas, aprovou em seu 11º Congresso uma das suas maiores batalhas, disputar a câmara legislativa do DF, dando uma cara jovem e combativa para a política do DF.
Nesse sentido lançamos o nome do presidente de nossa entidade, Leandro Cerqueira, para disputar a câmara legislativa e convocamos todos os militantes para juntos vencermos essa grande luta que terá como ponto de partida nosso grande encontro.
Vamos juntos transformar Brasília com a coragem jovem de fazer diferente!

Leandro, foi aos 11 anos um cara-pintada na campanha “Fora Collor”. Ingressou no movimento estudantil em 2000. Foi diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE) durante dois mandatos, ao lado de Gustavo Petta, com quem compartilhou momentos importantes da vida política do País, como a retomada do terreno da UNE destruído pela ditadura militar, as campanhas pela reforma universitária e a campanha do passe-livre estudantil.

Representou a UNE no Encontro Intercontinental contra a ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas, proposta pelos EUA); na reunião do secretariado da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes, e no lançamento da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) em Cuba, com a presença do presidente de Cuba, Fidel Castro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente da Bolívia, Evo Morales.
Luta histórica contra o aumento das mensalidades

É militante do PCdoB e preside a União da Juventude Socialista (UJS) em Brasília, a maior organização política de jovens do País, protagonista de grandes conquistas no último período como o passe-livre estudantil, o fim da DRU, O FORA ARRUDA e a luta dos 50% do pré sal pra educação.

Passeata O Pré-sal é nosso!
Pra saber mais visite o Blog do Leandro

sábado, 26 de junho de 2010

Leandro, explica e defende Lei do Passe Livre no DF

A nova Lei do Passe Livre pode ser votada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), se houver consenso entre Legislativo e Executivo. A liberação de 20 milhões aos cartões da Fácil está condicionada à aprovação da nova lei. Até que a votação seja realizada, a empresa continuará sem dinheiro para as recargas. O pré-candidato à Câmara Legislativa e presidente da UJS-DF, Leandro Cerqueira explica os interesses por trás do passe livre:

Fonte: Blog do Leandro
O Passe Livre Estudantil (PLE) é a gratuidade no transporte coletivo para estudantes. É uma política fundamental para a garantia e incentivo da educação na sociedade. Aumentar os incentivos aos estudantes é uma luta de muitos anos do movimento estudantil e da União da Juventude Socialista – UJS – em todo o Brasil.

A defesa do passe livre se dá a partir do entendimento de que o processo educativo extrapola a vivência do ambiente escolar. O acesso à cultura, esporte, lazer, bibliotecas, museus, dentre outros, é parte fundamental da formação cidadã dos jovens. No Distrito Federal, particularmente, a realidade da maioria das cidades é marcada pela inexistência do acesso a esses elementos, o que configura um verdadeiro apartheid cultural, aprofundando consequentemente a desigualdade no acesso ao conhecimento.

Nos últimos anos essa luta se fortaleceu no DF, com grande protagonismo das entidades do movimento estudantil: União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e UJS. Foram diversas manifestações, passeatas e debates que mobilizaram a sociedade para assegurar esse direito. Diante de grande pressão, no dia 14 de janeiro de 2009 o então governador Arruda (ex-DEM) sancionou o projeto, porém com modificações que descaracterizaram a proposta inicial que havia sido aprovada na Câmara Legislativa e vetada por ele em 2006.

Política de transporte a serviço dos empresários


A política de transporte do governo Arruda teve como característica principal o favorecimento das empresas de ônibus, que no DF são controladas por apenas três empresários: Valmir Amaral, Vagner Canhedo e Nenê Constantino.
A primeira medida tomada foi à extinção do transporte alternativo e do transporte em condomínios, sem apresentar alternativas para seus usuários. Tal medida representou o aumento da demanda para as empresas de ônibus, da ordem de 26% de 2007 pra cá. O impacto disso na receita das empresas foi de 6 milhões a 8 milhões de reais por mês.
Dando continuidade ao favorecimento do monopólio do transporte, em 2008 Arruda concedeu às empresas a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a aquisição do óleo diesel e para a compra de novos ônibus. Além disso, criou a empresa Fácil, responsável por toda a emissão de passagens, subsidiada pelo GDF, que tem como donos Vagner Canhedo e Nenê Constantino. É brincadeira!?!

No caso do passe livre, a política do GDF seguiu na mesma linha. Desde 1991 os estudantes pagavam apenas 1/3 da passagem; os outros 2/3 eram custeados pelas empresas de transporte público. O governo Arruda rompeu, sem nenhuma justificativa concreta, com essa lógica e o GDF passou a pagar integralmente o valor da passagem. Ora, se tais medidas foram adotadas e as empresas abateram todo custo do passe estudantil, por que o valor das tarifas não foi reduzido?

O GDF afirma que está surpreso com o custo do passe livre, que apresenta um gasto de R$ 10 milhões por mês. Segundo informações da SIGGO, o DFTRANS repassou para a empresa Fácil, até 20 de maio de 2010, R$ 27.537.903,19. Pela regra de custeio do projeto aprovado em 2006, o governo gastaria apenas 1/3 desse valor.

Mas ainda existe um bode na sala. No projeto de 2006, o controle da gestão do passe livre seria feito por um comitê constituído por entidades estudantis, GDF e representantes da Câmara Legislativa. Misteriosamente, o governo transferiu o controle para a empresa Fácil, que é diretamente interessada em lucrar com o benefício. Em outras palavras, colocou o lobo para cuidar dos cordeiros.

Tal medida tornou o passe livre uma caixa preta. Dados da Secretaria de Transporte, obtidos na época da aprovação do projeto (2006), indicam que o passe estudantil era usado por 38,5 mil usuários. Canhedo afirmou, na Comissão Geral da Câmara Legislativa, que esse número já ultrapassou 100 mil usuários.
Só com o passe livre, foram injetados a mais no sistema quase R$ 6 milhões por mês. Isso fora os novos recursos já aprovados pela câmara. Não é a toa que a empresa Fácil” foi denunciada na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que levou à expulsão de Arruda do governo!

O problema não está no passe livre

O passe livre é necessário para diminuir as desigualdades no acesso à educação. Ele desonera o alto custo de passagens que é imposto às famílias, na garantia do serviço de transporte aos estudantes, contribuindo para a redução da evasão escolar. Tem total viabilidade, desde que saia das mãos do monopólio do transporte e passe a ser controlado pelo Estado e pelo comitê gestor, anteriormente estabelecido pela lei de 2006. Os empresários devem voltar a pagar os 2/3 do valor da passagem, como foi feito desde 1991.

Além disso, o processo de aquisição do benefício deve ser desburocratizado. Não existe uma justificativa para as intermináveis filas e todas as dificuldades criadas para a aquisição do passe. Se o cancelamento do passe é feito sem a necessidade do usuário se deslocar ao posto de recarga, por que a recarga do cartão não é feita da mesma forma? Com os novos recursos tecnológicos existentes é plenamente possível obter o controle de frequências por meio de um sistema integrado entre as secretarias de Educação e de Transportes.

É necessário ampliar o número de créditos concedidos para cada estudante, pois hoje, muitos estudantes utilizam mais de um trecho no trajeto casa-escola, escola-casa e pagam um valor muitas vezes maior em comparação ao modelo anterior.

Por último, não é admissível restringir o passe, como foi proposto pelo GDF. A realidade entre os estudantes é bastante diversa. No caso do ensino superior privado, por exemplo, a evasão atinge altos níveis, reflexo do custo proibitivo das mensalidades, que muitas vezes ultrapassam R$ 1.200,00 e onde estuda em boa parte trabalhadores que não conseguem ingressar nas parcas vagas públicas noturnas disponíveis.

A viabilidade do passe livre já se comprovou no período em que vigorou no sistema de 1/3. Nesse sentido, a decisão de sua continuidade passa necessariamente pela vontade política do governo, que tem seguido o interesse dos empresários do transporte, que tem óbvia finalidade comercial na oferta do serviço, em detrimento do público, que é o sentido da existência do sistema de transporte coletivo.

A forma benevolente como é tratada a questão não afeta apenas o passe livre. Impacta na própria qualidade do transporte, que é reconhecido nacionalmente como um dos piores do país. A inexistência de um sistema integrado de transporte, que atenda os interesses da sociedade, afeta o desenvolvimento e aprofunda as desigualdades.

Transporte ruim significa mais carros nas ruas, mais poluição e baixa qualidade de vida. As nações mais desenvolvidas têm o transporte público como centro da mobilidade urbana. No DF, onde o grosso da economia se concentra no Plano Piloto e a maioria dos trabalhadores depende do serviço, esse descaso beira a desumanidade. Enquanto o problema for tratado como questão secundária ou mercadológica, a capital do país continuará sendo para poucos.
Qualquer ataque ao passe livre por parte do GDF não será tolerado. Direito conquistado não se mexe: amplia-se. A Câmara Legislativa não pode ajoelhar-se diante da subserviência do governo ao monopólio do transporte. Pelo contrário, deve contribuir na busca por soluções a esse problema crônico que assola o DF. Essa mesma Câmara aprovou o passe livre e agora é seu dever defendê-lo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago por ele mesmo


"Ao princípio, respondia que escrevia para que gostassem de mim. Depois esta resposta pareceu-me insuficiente e decidi que escrevia porque não me agradava a ideia de ter de morrer. Agora digo, e se calhar é verdade, que, no fundo, escrevo para compreender”
O cético teve de acreditar no milagre. Foi isso que o escritor português José Saramago ouviu dos médicos que trataram do problema respiratório que o abalou, em 2007. Ateu e comunista convicto, ele não se dobra: “Milagre não foi. Devo a vida à qualidade excepcional daqueles médicos e a Pilar, que não deixou que eu morresse”. É a ela que Saramago dedica seu recém-lançado A Viagem do Elefante. Há dez anos Saramago passa ao lado de sua mulher, a jornalista espanhola Pilar del Rio, seus dias de sobrevivente, como se autodefine.
Quando publicou seu primeiro romance, Terra do Pecado (1947), Saramago não projetava ainda a carreira de escritor. “Fui escrevendo com uma preocupação: não escrever nada que não tivesse pensado. Sem ambição, sem fazer carreira, só fazendo aquilo que a vida me pedia.” Passou, então, quase duas décadas sem publicar novo livro. “Já há demasiados livros no mundo, se não tenho a dizer nada que valha a pena, para que escrever?”
Durante sua estada em São Paulo, o escritor - que nunca cursou uma universidade, escreveu 41 livros em 30 anos e recebeu o Nobel de Literatura em 1998 - falou sobre sua formação. Vindo de família humilde, mantinha com os pais uma relação distante. “Tive um irmão, dois anos mais velho que eu, que morreu muito cedo, e recordo que a minha mãe, evidentemente de maneira inconsciente, me fez sofrer quando era pequeno, comparando-nos e elogiando o filho desaparecido... Se calhar, é por isso que tenho mais referências de meus avós maternos... mas também não posso idealizar muito essas relações porque eram aldeãos, de vida muita dura, e não tinham muito espaço em sua sensibilidade para o carinho”, diz, em depoimento a Juan Arias em El Amor Possible.
Em seu livro Pequenas Memórias, refere-se ao avô Jerónimo Melrinho, que perdeu em 1948, como um “Einstein esmagado sob uma montanha de impossíveis, um filósofo, um escritor analfabeto. Alguma coisa seria que não pôde ser nunca...” Sobre a avó Josefa Caixinha, morta em 1968, havia escrito um ano antes, no jornal A Capital: “O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vai rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo… Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos - e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem te roubou?”
Saramago acredita que a interpretação que damos para as coisas tem a ver com a pessoa que somos e, portanto, com o olhar que temos e a sensibilidade que transportamos. “Quando me vi perante a natureza na minha aldeia Azinhaga, era uma criança. Uma criança simples e pobre, nem sequer precoce. Mas era sensível e sério. E uma criança séria era um bicho um pouco raro. Estava cheio de melancolia, às vezes de tristeza. Gostava da solidão.”
Sua literatura nasce então desse olhar sensível, sério e melancólico sobre o cenário de sua infância, e vai desenvolver-se sob os clássicos portugueses aos quais credita sua influência, como Padre Antonio Vieira, Antero de Quental, Almeida Garret - “em Viagens da Inglaterra vi uma luz a seguir”. Ele lembra também de Kafka como “o maior dos modernos” e destaca a importância de Proust, Borges e Fernando Pessoa -“como é que parimos aquele homem?”

O que a vida pedia

Aos 86 anos, Saramago ainda é o menino com sensibilidade e melancolia à flor da pele. Chorou ao assistir à adaptação de seu livro Ensaio sobre a Cegueira (de Fernando Meirelles) para o cinema, obra emblemática da ausência de virtude, notada pelo escritor, no homem: “Quem quer ser bom hoje, simplesmente bom? O necessário é triunfar, essa é a regra, todos queremos aparecer como triunfadores”. Para ele, sempre pode haver particularidades que tornem o nosso fim, sempre triste, mais chocante. “É o caso do elefante, que fez longa viagem num rigoroso inverno, para ter um triste fim. Uma metáfora que trata da inutilidade da vida, de não conseguirmos fazer da vida mais do que ela é.”
No caso dele, porém, as particularidades da vida foram mais generosas, sobretudo quando, aos 63 anos, conheceu Pilar: “A vida pensou ‘tem de ser agora’, se não, será demasiado tarde. Se tivesse morrido antes de conhecer Pilar, tinha morrido muito mais velho do que sou hoje”.
Cada expressão sua, dita ou escrita, por meios distintos, traz um pouco do homem genial, que respeita os livros, as pessoas e seus defeitos e sabe, como poucos, traduzir toda essa desordem da natureza humana na mais perfeita prosa poética. “Escrever é uma caixinha de surpresas. Espero sempre que às pessoas ocorra: ‘como é que esse sujeito foi pensar nisso?’”. Saramago ensina que é preciso levar em conta “a opinião do livro”, perceber o que ele quer. “Nesse caso (do Elefante), o livro quis ser alegre e eu aceitei, ajudei-o a ser.”


Licença poética

Se você ainda não leu Saramago, estranhará a pontuação usual do autor. As orações dentro de um mesmo período costumam ter seu início identificado pela primeira letra maiúscula, mas são separadas por vírgula, o ponto final só vai no final do período. Falas de personagens não levam aspas, nem travessão, nem as perguntas têm ponto de interrogação, apenas a vírgula separando uma frase da seguinte. Veja este trecho de seu Conto da Ilha Desconhecida:

“...Quem és tu, perguntou o homem, Não te lembras de mim, Não tenho ideia, Sou a mulher da limpeza, Qual limpeza, A do palácio do rei, A que abria a porta das petições, Não havia outra, E por que não estás tu no palácio do rei a limpar e a abrir portas, Porque as portas que eu realmente queria já foram abertas e porque de hoje em diante só limparei barcos, Então estás decidida a ir comigo procurar a ilha desconhecida, Saí do palácio pela porta das decisões, Sendo assim, vai para a caravela, vê como está aquilo, depois do tempo que passou deve precisar de uma boa lavagem, e tem cuidado com as gaivotas, que não são de fiar, Não queres vir comigo conhecer o teu barco por dentro, Tu disseste que era teu, Desculpa, foi só porque gostei dele, Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”

Logo se aprende a entender e a apreciar. Talvez seja bom começar por este que ele considera o mais jovial, A Viagem do Elefante. Ou um dos mais recentes, como As Intermitências da Morte, em que a linguagem rebuscada e a perturbadora pontuação dão espaço a um texto mais leve, rápido e também divertido.


Morre, aos 87, o escritor português José Saramago


Autor de 'Ensaio sobre a cegueira' morreu nesta sexta nas Ilhas Canárias.
Informação foi passada à agência de notícias EFE pela família do escritor.

O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa em Lanzarota, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira (18).
A informação foi passada à agência de notícias EFE pela família do escritor de "Ensaio sobre a cegueira".

O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.
O autor era tido como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época.

Entre seus livros mais conhecidos estão "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A balsa de pedra" e "A viagem do elefante".
"Ensaio sobre a cegueira" foi levado às telas em um produção hollywoodiana filmada pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles (de "Cidade de Deus") em 2008.

No mesmo ano, uma exposição sobre o trabalho de Saramago foi exibida no Brasil. "José Saramago: a consistência dos sonhos" trazia cerca de 500 documentos originais e outros tantos digitalizados, reunidos em um formato que, misturando o tradicional e a tecnologia moderna, levavam o visitante a uma agradável e rara viagem pela vida e pela obra do escritor português.

Veja, abaixo, uma lista de romances escritos por Saramago
"Terra do pecado", de 1947
"Manual de pintura e caligrafia", de 1977
"Levantado do chão", de 1980
"Memorial do convento", de 1982
"O ano da morte de Ricardo Reis", de 1984
"A jangada de pedra", de 1986
"História do cerco de Lisboa", de 1989
"O Evangelho segundo Jesus Cristo", de 1991
"Ensaio sobre a cegueira", de 1995
"Todos os nomes", de 1997
"A caverna", de 2000
"O homem duplicado", de 2002
"Ensaio sobre a lucidez", de 2004
"As intermitências da morte", de 2005
"A viagem do elefante", de 2008
"Caim", de 2009

quinta-feira, 17 de junho de 2010

UBES se prepara para o 12º Encontro Nacional dos Estudantes das Escolas Técnicas

Estudantes de escolas técnicas de todo o país se reúnem para o evento mais importante da área no ano; esta edição do Enet irá discutir, entre vários assuntos, prioritariamente os rumos da educação profissional brasileira

Começa a contagem regressiva para o 12º Encontro Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas (ENET). Desta vez, a cidade de Natal foi escolhida para sediar o evento, que acontece entre os dias 25 e 27 de julho. O ENET não é realizado há quase 05 anos, por isso a importância desta edição para discutir novas propostas sobre a expansão e consolidação da educação profissional e tecnológica do país.

“Mesmo com os avanços constatados no Brasil nos últimos anos, no que diz respeito à educação são constatadas várias deficiências no sistema público educacional. No país a maioria esmagadora da juventude, cerca de 86,5% segundo o IBGE, estudam em escolas públicas. Analisando que a população mais carente e sem recursos financeiros para ingressar em uma universidade fica escancarada a importância do ensino profissionalizante no país. Com isso, fica também clara a importância das escolas técnicas na formação profissional do jovem para ter condições de brigar no mercado de trabalho de forma igual”, constata o presidente União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick.

Nos últimos oito anos houve um sensível aumento no número de escolas técnicas em todo o território nacional. Mais precisamente um salto de 254%, com 354 escolas no total. Estima-se que, até 2014, o número pule para 600 unidades.

O ENET visa, sobretudo, promover uma discussão sobre o futuro desses novos espaços. A expectativa é que no próximo período os crescentes resultados apontados acima possam continuar.

“Os estudantes brasileiros precisam que o poder público continue investindo na expansão do ensino profissional e que crie um fundo exclusivo de recursos para as escolas técnicas, como já existe para o ensino médio e as universidades”, apontou Evanovick.

Yann comenta ainda que a educação profissional tecnológica deve ser encarada como ferramenta inclusão social e profissional para a população. “A educação profissional e tecnológica se tornou um elemento estratégico na luta pelo ensino público de qualidade e pela inclusão social da população menos favorecida do país”, finalizou Evanovick.

Como participar do ENET
A inscrição é gratuita. Basta baixar o formulário de inscrição clicando aqui, preencher e enviar para ujsdacapital@gmail.com.

Do Blog da UBES com alterações

Após carreata, rodoviários ameaçam greve geral a partir de segunda-feira!


Os 250 ônibus, 10% da frota dos ônibus no horário de pico, começaram a chegar na Rodoviária do Plano Piloto por volta das 18h50 desta quarta-feira (16/6). Segundo o tenente coronel Josias Seabra, comandante do Batalhão de Trânsito, "Entraram 50 ônibus por vez e apenas uma das seis faixas, sentido Estrutural-Rodoviária foi bloqueada".

Sobre o trio elétrico os rodoviários anunciaram que, se os empresários não apresentarem propostas, a greve será geral na próxima segunda-feira (21/6).


Reivindicações
Os rodoviários pedem um reajuste salarial de 20%, além da renovação do acordo coletivo, que garante tíquete alimentação, cesta básica, quinquênio, e jornada de seis horas corridas.

Até o momento, não houve nenhum tipo de acordo entre os rodoviários e empresários, que alegam não ser possível o reajuste sem aumentar o valor da passagem. Segundo João Osório, presidente do Sindicato dos  Rodoviários do DF, apenas o Governo do Distrito Federal pode afirmar se há real necessidade de cobrança de valores mais caros. "Mas até agora a postura do GDF é de não participação" nas negociações, afirma.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Rodoviários temem demissão e parte ainda não decidiu se circula com catraca liberada

Com medo da opressiva demissão por justa causa, parte dos rodoviários não aderem ao catraca livre, já que pode se configurar carona, expressamente proibida pelos patrões. Porém se todos os rodoviários aderirem ao catraca livre nenhum trabalhador será punido e o movimento alcançaria sua meta.
A promessa de que os ônibus circulem com catracas livres nesta segunda-feira (14/6) pode estar comprometida. Os rodoviários estão divididos quanto a seguir ou não a decisão, tomada ontem em assembleia. Eles temem ser demitidos caso permitam que os passageiros embarquem sem pagar passagens, já que isso configuraria carona e poderia lhes render uma demissão por justa causa.

Empresários garantem que não vão impedir circulação de ônibus com catraca livre Essa era a realidade no terminal rodoviário de Samambaia Norte, desde cedo. Por volta de 6h, apenas três ônibus haviam deixado o local. No entanto, esses veículos estão cobrando passagens normalmente. O restante dos motoristas e cobradores de veículos que partem do local ainda não haviam decidido o que fazer neste mesmo horário. Mais tarde, porém, representantes do sindicato chegaram ao local e pressionaram os funcionários a deixar a garagem. Além de temerem o desemprego caso sigam a decisão acordada entre a categoria e o Sindicato dos Rodoviários, os funcionários de empresas de ônibus estão apreensivos quanto à possibilidade de terem os ônibus apedrejados se não saírem dos terminais, ou circularem de forma normal, cobrando as passagens.

No P Norte, a situação também é de incerteza. Logo no início da manhã, por volta de 5h30, a maioria dos rodoviários seguia a decisão da assembleia e permitia que os passageiros embarcassem pela parte de trás dos veículos. No entanto, por volta de 6h, alguns dos funcionários cobravam passagens dos usuários do transporte. Além disso, alguns ônibus sequer chegaram ao terminal, o que provoca filas e espera.

O mesmo ocorre em Sobradinho, onde parte dos motoristas e cobradores também não resolveu se vai circular conforme decisão tomada na assembleia de ontem. No entanto, como há representantes do sindicato da categoria na rodoviária da cidade, a maioria dos rodoviários permite que os passageiros que embarcam no local entrem sem pagar passagens, mas garantem que, nas paradas de ônibus, irão cobrar as tarifas.

Em Planaltina, a maioria dos rodoviários opta por circular normalmente. Como a maioria dos passageiros desconhece a decisão de circular com catraca livre, não há confusão no terminal da cidade. Nas paradas de ônibus, entre Planaltina e Sobradinho, todos os usuários do transporte pagam passagens.

A empresa Valmir Amaral entrega a seus funcionários um termo para que eles assinem e confirmem estar cientes que o transporte de passageiros deve ocorrer de maneira usual, ou seja, com a cobrança de passagens. No entanto, a maioria dos motoristas e cobradores da empresa em Sobradinho não assinaram o documento. A Viplan também tenta intimidar os motoristas obrigando-os a assinar um termo em que se comprometem a cobrar as passagens. A empresa também aumentou em 50% o efetivo de fiscais no terminal de Samambaia Sul. Por isso, muitos funcionários desobedecem a determinação do sindicato.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório, a medida tomada pela empresa acima é a mesma tentada por outros empresários. Para ele, é mais um artifício que eles usam para impedir a manifestação da categoria. Segundo o representante, os rodoviários estão em campanha salarial e o processo envolve causar um prejuízo às empresas de ônibus como forma de pressioná-las a atender às reivindicações da categoria. Osório destaca ainda que a demissão é um risco que a categoria corre em qualquer tipo de manifestação feita.

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Distrito Federal destaca que os motoristas podem circular com a catraca liberada. No entanto, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os funcionários podem ser responsabilizados por isso, inclusive judicialmente. De acordo com o sindicato dos patrões, ainda não se fala em demissão, mas em responsabilização.

Há oficiais de Justiça nas garagens para fiscalizar a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da última quinta-feira (10/6), que obriga 60% da frota nas ruas.

Do correioweb com alterações

domingo, 13 de junho de 2010

Rodoviários decidem suspender greve geral

A partir desta segunda-feira, ônibus devem circular pela cidade sem cobrar passagem

Em assembleia realizada no início da tarde deste domingo (13/6), os rodoviários decidiram não cobrar passagens dos ônibus durante os próximos dias. Uma greve geral estava programada para esta segunda-feira (14/6), mas a categoria decidiu circular com catracas liberadas em vez de paralisar as atividades. Cerca de 4,5 mil pessoas estavam presentes, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários.



Rodoviário exibe cartaz durante assembleia: categoria pode adotar outras ações como forma de protesto

Inicialmente, a categoria votou pelo adiamento da paralisação em uma semana, mas a maioria dos presentes deu resposta negativa. Então, um dos representantes do sindicato sugeriu a catraca livre. A ideia foi aceita, mas muitos rodoviários deixaram a assembleia insatisfeitos, alegando que sentiram imposição do sindicato para a definição.

A decisão foi tomada por receio da multa diária R$ 100 mil, imposta pela Justiça, que seria paga caso a categoria não cumprisse a determinação de que 60% dos coletivos circulem durante a paralisação. Outro ponto relevante para a escolha do sindicato foi o fato de o governador Rogério Rosso ter se mostrado disposto a ajudar nas negociações.

Os rodoviários podem, ainda esta semana, adotar outras ações como forma de protesto: suspender os 30% extra da frota (meia viagem), que circulam nos horários de pico, ou continuar com as catracas livres e seguir realizando protestos ao longo da semana.

É possível que os empresários impeçam os ônibus de saírem da garagem nesta segunda. Os donos das empresas de ônibus, no entanto, ainda não confirmaram a informação e não se manifestaram oficialmente sobre o assunto. A única declaração dada até por volta de 14h é que esta decisão do sindicato é ilegal.

Sem negociação
Durante reunião realizada esta manhã entre sindicatos da categoria e o governo, não houve propostas para o fim das paralisações. Ambos alegam que, sem o aumento das tarifas cobradas hoje, não há possibilidade de reajustes.

Promessa de caos
Sem ônibus, a expectativa é de filas no metrô, congestionamento intenso devido ao maior número de veículos nas ruas e prejuízo para a população. A Justiça determinou que 60% das linhas de ônibus circulem durante a paralisação e o sindicato que representa os trabalhadores recorreu à Justiça trabalhista para baixar esse percentual para 20%, mas teve o recurso negado e garante que vai cumprir a determinação. Caso a decisão, pedida pelos patrões, não seja cumprida, a entidade pode desembolsar multa diária de R$ 100 mil.

Reivindicações
Os rodoviários pedem um reajuste salarial de 20%, além de aumento igual no tíquete cesta básica. Eles querem ainda plano de saúde, licença maternidade de seis meses, fim da obrigatoriedade da jornada extra e renovação da frota de ônibus com motor traseiro.

Do Correioweb

quinta-feira, 10 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Twitter da UJS DF!

Lançado o twitter da UJS do Distrito Federal.
Mais uma ferramenta pra aproximar a organização com seus filiados e simpatizantes da nossa capital.

Emir Sader: Teses equivocadas sobre a América Latina (e o mundo)

Alguns setores, com critérios desvinculados da realidade concreta, difundem visões pessimistas e desalentadoras sobre a América Latina. É um pessimismo produto do isolamento social, de quem está à margem das formas concretas pelas quais avança a história no continente. Abaixo, algumas dessas teses equivocadas.


Por Emir Sader, em seu blog

1. A crise atual levou ao fim do neoliberalismo, da hegemonia norteamericana e levará ao fim do capitalismo.
- O maior equivoco desta visão é considerar que um modelo ou uma hegemonia ou um sistema social se termina sem que seja derrubado e/ou substituído por outro. Conforme o Sul do mundo ou outro bloco alternativo proponha alternativas e seja capaz de as construir. O neoliberalismo não terminou, se tempera com graus de apoio estatal.

2. Pode-se e deve-se “mudar o mundo sem tomar o poder”.
- O projeto de transformações profundas da sociedade “pela base” sem que desemboque na alteração das relações de poder não levou a nenhum processo real de transformação das sociedades latinoamericanas. Ao contrário, os movimentos sociais – como os bolivianos – que transformaram sua força social em força política, são os que protagonizam processos reais de mudança do mundo.

3. O Estado nacional se tornou um elemento conservador.
- Os governos progressistas da América Latina estão valendo-se do Estado, seja para regular a economia, para induzir o crescimento econômico, para desenvolver políticas sociais – entre outras funções -, enquanto os governo neoliberais são os que desdenham o Estado, transformam em mínimas suas funções e deixam espaço aberto para o mercado. Os processos de integração regional e de alianças no Sul do mundo também tem os Estados como protagonistas indispensáveis.

4. A política se tornou intranscendente.
Falsa afirmação. Os governos progressistas da América Latina resgataram o papel da política e do Estado. Se não tivessem feito isso, não poderiam reagir da forma como reagiram diante da crise.

5. Há milhões de “inimpregáveis” nas nossas sociedades.
- Esta afirmação, originalmente de Fernando Henrique Cardoso, tentava, buscava justificativas para os governos oligárquicos, que sempre governaram só para uma parte da sociedade,excluindo aos mais pobres, agora sob pretexto de um suposto “desemprego tecnológico”, que prescindiria de grande parte dos trabalhadores. Os governos progressistas associam retomada do desenvolvimento econômico com elevação constante do emprego formal e aumento do poder aquisitivo dos salários.

6. Os movimentos sociais devem se manter autônomos em relação à política.
- Os movimentos sociais que obedeceram a essa visão abandonaram a disputa pela construção de hegemonias alternativas, isolando-se, quando não desaparecendo da cena política, quando se passou da fase de resistência à de construção de alternativas.

Enquanto que movimentos como os indígenas, na Bolivia, formaram um partido – o MAS -, disputaram e elegeram seu maior líder presidente da república. Em outros países, os movimentos sociais participam de blocos de forças dos governos progressistas, mantendo sua autonomia, mas participando diretamente da disputa pela construção de nova hegemonia política.

7. Só se sai do neoliberalismo para o socialismo.

- Houve quem afirmasse que o capitalismo tendo chegado a seu limite – seja pela mercantilização geral das sociedades, seja pela hegemonia do capital financeiro – com o modelo neoliberal, só se sairia para o socialismo. Sem levar em conta as regressões nos fatores de construção do socialismo nas ultimas décadas, não apenas o desprestigio do socialismo, do Estado, da política, das soluções coletivas, do mundo do trabalho, entre outros.

As transformações introduzidas pelo neoliberalismo – entre elas, a fragmentação social, o “modo de vida norteamericano” como forma dominante de sociabilidade – representam obstáculos a ser vencidos em longa e profunda luta política e ideológica, para recolocar o socialismo na ordem do dia.

8. A alternativa aos governos do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, está à esquerda e não à direita.
- O fracasso das tentativas de construção de alternativas radicais, à esquerda desses governos, confirma que a polarização política se dá entre os governos progressistas e as forças de direita.

Esta situação tem levado a que, freqüentemente, setores ideologicamente situados à esquerda desses governos, tenham – objetivamente ou mesmo conscientemente – se aliado ao bloco de direita, terminando por definir, na prática, nem sequer uma eqüidistância dos dois blocos constituídos, mas até mesmo considerando ao bloco progressista como seu inimigo fundamental.

9. Os processos de integração atuais são de natureza “capitalista”.
- Esta visão desqualifica todos os processos de integração regional, porque não se dariam mediante uma ruptura com o mercado capitalista internacional, porque representariam integrações no marco de sociedades capitalistas. Se incluiriam não apenas Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, mas também Venezuela, Bolívia, Equador. Se deixa de compreender a importância da criação de espaços de intercambio alternativos aos Tratados de Livre Comércio.
Não se entende a importância da luta por um mundo multipolar, debilitando a unipolaridade imperial norteamericana. Não se entende como a Alba promove formas de intercambio alternativas ao mercado, às regras da OMC, na direção do que o FSM chama de “comércio justo”, solidário, de complementaridade e não de competição.

10. Existe uma esquerda boa e uma esquerda ruim.

- Quem prega esta posição quer dividir a esquerda, tentando cooptar seus setores mais moderados e isolar os mais radicais. A esquerda é antineoliberal e não a favor dos TLCs, privilegia as políticas sociais e não os ajustes fiscais, com os matizes que tenha cada um dos governos progressistas.

11. O período atual é de retrocessos na América Latina.

- Alguns setores, com critérios desvinculados da realidade concreta, difundem visões pessimistas e desalentadoras sobre a América Latina. Às vezes usam o critério da posição dos movimentos sociais de cada país em relação à constituição dos governos, para definir se há avanços ou não, ao invés de definir a natureza desses movimentos em função da posição que tem em relação a esses governos.

Subordinam o social ao político, sem se darem conta dos extraordinários avanços do continente, ainda mais se comparados com a década anterior e com o marco internacional, profundamente marcado pelo predomínio conservador. É um pessimismo produto do isolamento social, de quem está à margem das formas concretas pelas quais avança a história no continente.

12. Em eleições como a uruguaia, a brasileira e a argentina, para a esquerda, tanto faz quem ganhe.

- Há quem diga isso, como se a vitória de Lacalle ou de Mujica representassem a mesma coisa para o Uruguai e para a América Latina, como se o retorno dos tucanos ou a vitória de Dilma tivesse o mesmo sentido, como se a substituição dos Kirchner por Duhalde, Reuteman, Cobos ou algum outro prócer da direita argentina, significasse o mesmo para o país.

Consideram que se tratariam de “contradições interburguesas”, sem maior incidência, desconhecendo o alinhamento das principais forças políticas e sociais de cada um dos dois lados, mas sobretudo as posições – de aprofundamento e extensão dos processos de integração regional ou de TLCs, de prioridade das políticas sociais ou de ajuste fiscal, do papel do Estado, da atitude em relação às lutas sociais, ao monopólio da mídia privada, ao capital financeiro, entre outro temas, que diferenciam claramente os dois campos.

13. O nacionalismo latinoamericano contemporâneo é de caráter “burguês”.

- Desde que ressurgiam ideologias nacionalistas na América Latina, com Hugo Chavez, houve gente que se apressou a comparar com Perón, a desqualificar como “nacionalismo burguês” ou simplesmente de nacionalismo, que nada teria a ver com luta anticapitalista, etc. Usaram, aqui também, clichês, sem fazer analises concretas das situações concretas.

O nacionalismo de governos como os da Venezuela, da Bolívia, do Equador, que recuperam para o país os recursos naturais fundamentais de que dispõem, são parte integrante da plataforma antineoliberal e anticapitalista desses países. Cada fenômeno adquire natureza distinta, conforme o contexto que está inserido, cada reivindicação, conforme o governo, assume caráter diferente.

No caso do nacionalismo atual na América Latina, ele promove, além disso, processos de integração regional, tendo assim um caráter não apenas nacional, mas latinoamericanista.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Matéria sobre o Movimento Estudantil Brasiliense

Na revista Plano Brasília, com entrevistas de diversos militantes da gloriosa União da Juventude Socialista.


(CLIQUE PARA LER EM TELA INTEIRA, A MATÉRIA COMEÇA NA PÁG 24. PARA SAIR TECLE ESC) 

UNE na Parada LGBT "Por um amanhecer mais colorido"

O Movimento LGBT vive hoje um período histórico. Depois de sua 1° Marcha contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT - realizada em Brasília, em 19 de maio -, houve um salto político, e agora com a Parada do Orgulho lgbt no domingo, 6 de junho, sob o tema “Vote Contra a Homofobia, Defenda a Cidadania”, estamos mostrando que o movimento está cada fez mais organizado. Mas ainda há muita luta.
Por Denilson Júnior, diretor LGBT da UNE


Segundo dados da Secretaria Especial de Diversidade Sexual, no ano passado pelo menos 200 homossexuais foram assassinados em nosso país. Tais dados revelam a realidade de opressão, discriminação e violência a que são submetidos milhares de jovens brasileiros todos os dias nas escolas e universidades, e são apontados como o principal motivo da desistência escolar precoce.

Pesquisa da Unesco, realizada em 2004, mostrou que as escolas não sabem lidar com alunos gays. Há um muro de preconceito. Outro estudo encomendado pela Associação da Parada do OrgulhoLGBTde São Paulo traz que 29% dos entrevistados declararam ter sofrido preconceito na universidade. Recentemente um jornal da USP pregou agressão contra homossexuais. Escolas, centros universitários, grêmios e outros locais de sociabilidade estudantil deveriam ser inclusivos e locais igualitários, mas não é o que se vê.

Esses são exemplos explícitos da realidade vivida por pelo menos 10% da população brasileira, ontem e hoje. Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais têm sido alvo constantes de violência, física e psicológica. Pouco podemos fazer contra isso, a violência é institucional. Não existem leis federais que criminalizam a homofobia, permitindo que atos como os acima mencionados continuem ocorrendo, norteados por uma cultura intolerante de uns, e pelos fundamentalismos de outros. O fato é que, por mais que falemos de declaração universal de direitos humanos, princípios de Yogyagarta, tratados e protocolos internacionais, a violência tem sido política estrutural e consciente do sistema que governa nosso planeta.

Os mesmos princípios que criam trabalhadores escravos, mulheres vítimas de violência doméstica, racismo explicito, trabalho infantil e fome no mundo também são responsáveis por algo além do analfabeto político. É preciso entender, de uma vez por todas que a discriminação e a violência não são erros ou atos impensados. São eixos de um projeto social, que consegue conceber direitos, mas para poucos. Os poucos que vivem no centro, que não são atingidos pela miséria, pelas crises e pela violência.

Mônica, travesti brutalmente assassinada em Salvador, não vivia no "centro". Assim como milhares de mulheres, operários, negros, estudantes e deficientes físicos. Pixote não estava no centro quando morreu. As 111 vítimas da direita no massacre do Carandiru também não. Eldorado de Carajás sempre esteve longe do centro. O centro está em Copacabana, Jardins, Morumbi, Cambui. E ali habitam os sócios do pequeno clube, homens, brancos, heterossexuais, cristãos, ricos e esteticamente perfeitos, pelo padrão da metrópole.

Nossas relações são marcadas pela opressão, de classe social, gênero, raça e orientação sexual. Enquanto não entendermos isso não haverá avanço, apenas retrocesso. O governo brasileiro deu um primeiro passo nesse sentido, criando o Programa Brasil Sem Homofobia, que tem servido de modelo para diversos outros programas estaduais e municipais.

Infelizmente, para acabar com a homofobia será necessário mais que a criação de Centros de Referência. É preciso coragem para ver que a estrada não termina aí e vai muito além do se que vê; que o problema não está na madeira da porta, mas no alicerce da casa.

Ou desconstruímos esse modelo de sociedade, tencionando cada vez mais a luta de classes, ou seremos apenas um hiato, que não poderá fazer nada além do que uma carta de boas intenções.

É preciso, urgente, definir quem cabe no nosso "todos", como diz nosso colega Beto de Jesus. A travesti pobre, a lésbica negra, o gay afeminado, o menino da Febem e a garota de programa precisam fazer parte do nosso todo.

Assim, a UNE Ubes, ANPG, UEE-SP e Upes marcam presença na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo neste 6 de junho de 2010, e reafirmam suas principais bandeiras de luta na marcha:

* Garantia do Estado laico
* Em defesa da educação laica
* No âmbito do Poder Executivo: cumprimento do plano nacional LGBT, especialmente nas ações de educação, saúde, segurança e diretos humanos, além de orçamentos e metas definidas para as ações
* Do Poder Legislativo: aprovação imediata do PLC (Projeto de Lei da Câmara) n° 122 de 2006, que criminaliza a homofobia.
* Do Poder Judiciário: decisão favorável à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 178, pela união estável homoafetiva.

Fonte: http://www.une.org.br/